Negociações Brasil-Índia crescem, mas são 2% do comércio exterior
[Há] barreiras comerciais e falta de conhecimento mútuo, que complicam a formação de laços mais fortes
OLIVER STUENKEL ESPECIAL PARA A FOLHA
A cooperação entre o Brasil e a Índia é historicamente bastante limitada. Esse panorama mudou aos poucos na década de 1990, quando ambos os países se abriram economicamente e diversificaram suas parcerias.
A relação atingiu seu auge em 2003, quando Brasil e Índia lideraram conjuntamente os países em desenvolvimento durante as negociações comerciais em Cancún, e quando o Ibas, acordo trilateral com a África do Sul, foi criado.
Ambos os países fazem parte do grupo Brics, o que também ajudou a fortalecer os laços bilaterais.
O comércio entre Brasil e Índia tem crescido significativamente desde o final da Guerra Fria, passando de US$ 177 milhões em 1992 para US$ 2 bilhões em 2005 e US$ 10,6 bilhões em 2012.
O acordo comercial entre o Mercosul e a Índia foi assinado em 2004 e entrou em vigor em 2009, embora ele abranja apenas 3% dos produtos comercializados entre os dois países.
As empresas indianas têm focado em investimentos e associações (joint ventures) no Brasil, sobretudo nos setores agroquímico, farmacêutico, energético, açucareiro e de tecnologia da informação, destacando também os produtos brasileiros, como soja e alimentos processados, em crescente demanda na Índia.
As exportações do Brasil para a Índia incluem petróleo bruto, óleo de soja, cobre e aviões da Embraer.
Do comércio bilateral total de US$ 10,6 bilhões em 2012, a Reliance Industries [grande conglomerado indiano] sozinha respondeu por US$ 5,5 bilhões, por meio de sua importação de petróleo bruto e exportação de diesel.
Na realidade, a atuação da Reliance tem sido o principal fator para o crescimento significativo no comércio Brasil-Índia nos últimos anos.
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