Revista Política Externa, Voluma 23, No.1
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Só porque (…) as potências emergentes se beneficiaram com a ordem internacional sob liderança americana, não significa que iriam deixá-la intacta e seguir o exemplo dos Estados Unidos.
Amitav Acharya escreveu recentemente no The Hindu que talvez a lição mais importante da crise da Criméia é que os EUA não podem mais cooptar potências emergentes para apoiar a sua própria visão e abordagem estratégica. O momento unipolar acabou, argumenta ele em The End of American World Order, o seu mais recente livro. Mas o que vem a seguir? Ao invés de um mundo multipolar, bipolar ou mundo “G-zero” (como Charles Kupchan argumentou em No one’s world), a ordem mundial emergente provavelmente não será nem bipolar nem multipolar. Em vez disso, estamos caminhando para uma “ordem mundial multiplex”.
A principal diferença entre a multipolaridade e a ordem multiplex, segundo o autor, é que a última é marcada por níveis de interdependência sem precedentes, bem mais complexo do que os níveis da Europa do início do século XX. A metáfora do cinema multiplex é interessante, mas não é imediatamente intuitiva, afinal, como exatamente o conteúdo de um filme em um grande cinema está relacionado ao outro?
O segundo grande argumento de Acharya é que a ordem global será mais descentralizada do que antes, fornecendo às potências regionais um maior alcance de abordagens locais e regionais. Isso soará como uma má notícia para muitos analistas políticos norte-americanos (e um tanto contraditória à sua afirmação anterior), mas o autor rejeita as previsões de pensadores realistas como Mearsheimer de que a multipolaridade será confusa e instável. Continue lendo aqui (login necessário).
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