Gesto de Trump de preterir a Argentina praticamente não teve custo político para os EUA, pois equipe econômica de Alberto Fernández está se formando, mas candidatura à OCDE dificilmente será uma prioridade para o novo presidente argentino
Oliver Stuenkel*, O Estado de S.Paulo
16 de janeiro de 2020 | 04h00
A decisão do governo americano de colocar o Brasil na frente da Argentina, alterando sua ordem de preferência no processo de adesão de novos membros da OCDE, é uma notícia bem-vinda para o governo Bolsonaro. Afinal, o presidente brasileiro acumulou uma série de derrotas importantes na política externa até agora, entre elas o mal-estar desnecessário criado na relação com a China e o mundo árabe (seguido por tentativas de consertar o estrago) e o isolamento diplomático crescente no Ocidente. Críticos também questionam a aposta na aproximação com o governo Trump, decisão quixotesca no momento em que a maioria dos principais aliados dos EUA busca reduzir sua dependência do presidente americano, que é visto como errático e pouco confiável.
A preferência americana pelo Brasil na corrida pelo ingresso na OCDE é um dos poucos resultados positivos da investida…