Por Renato Vasconcelos
12/05/2022 | 17h00
Capacidade militar e tecnológica de prováveis novos aliados do bloco militar são trunfo para o Ocidente, mas podem reforçar narrativa do Kremlin sobre cerco à Rússia
O anúncio do presidente e da primeira-ministra da Finlândia de que o país vai confirmar o pedido da adesão a Otan em breve representa, na mesma medida, um novo trunfo e uma nova responsabilidade para a aliança militar, de acordo com o analista político Oliver Stuenkel, coordenador do programa de pós-graduação em Relações Internacionais da FGV-SP.
De acordo com Stuenkel, ao mesmo tempo que os aliados do Tratado do Atlântico Norte vão agregar tecnologia militar e tropas bem preparadas, a inclusão dos países nórdicos também aumenta a área sob a proteção conjunta dos Estados-membros, além de expandir a fronteira direta com o território russo.
Em entrevista ao Estadão, o professor também apontou a aproximação das nações europeias ao bloco militar como um fracasso diplomático da Rússia, e afirma que a demanda popular de finlandeses e suecos pela entrada na Otan enfraquecem o argumento do Kremlin de que a organização sediada em Bruxelas encampa um projeto de pressão ao país.