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20/09/2022 | 05h00
Tanto nos EUA quanto no Brasil, representantes de uma direita ‘razoável’ têm dificuldades para se distanciar de seus aliados radicais
O que um senador republicano de Kentucky, nos EUA, e um candidato a governador de São Paulo, no Brasil, podem ter em comum? Ambos enfrentam um dilema. Mitch McConnell lá e Tarcísio de Freitas aqui abraçam, neste ano, a retórica de uma direita moderada em meio às campanhas eleitorais de seus respectivos partidos, mas, ao mesmo tempo, tiram proveito da ascensão ao poder, nos EUA em 2016 e no Brasil em 2018, de candidatos populistas de extrema-direita.
Nos EUA, a associação com o radicalismo de Donald Trump, que rendeu polpudos frutos poucos anos atrás, tornou-se agora uma preocupação real: há alguns meses, analistas davam como certo que os Republicanos triunfariam nos midterms americanos em novembro próximo, conduzindo Mitch McConnell de volta à cadeira de líder da maioria republicana. Mas a radicalização do Partido Republicano e a decisão da Suprema Corte dos EUA de derrubar a lei Roe vs. Wade (que garantia o direito ao aborto nos EUA) revelaram-se como um tiro pela culatra e acabaram dando gás à campanha dos Democratas. As numerosas vitórias de candidatos radicais nas primárias republicanas contribuíram…