Philipp Lichterbeck
30/09/202230 de setembro de 2022
Em entrevista à DW, cientista político Oliver Stuenkel atribui ao governo Bolsonaro isolamento sem precedentes do Brasil na política externa e diz que, sob Lula, o país pode voltar a ser um mediador internacional.
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Após quatro anos de governo Jair Bolsonaro, o Brasil se encontra mais isolado no cenário internacional do que em qualquer outro momento desde a redemocratização. A opinião é do cientista político Oliver Stuenkel, professor adjunto de Relações Internacionais da Fundação Getúlio Vargas (FGV) em São Paulo.
“Fora a Sérvia, Polônia e Hungria, hoje o Brasil não conseguiria nenhum encontro bilateral na Europa”, avalia o especialista teuto-brasileiro, em entrevista à DW.
Se as pesquisas de intenção de voto se confirmarem e as urnas derem a vitória ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, essa constelação “mudaria dentro de 24 horas”, afirma Stuenkel. Sob Lula, “nos campos do meio ambiente, direitos humanos, multilateralismo e democracia, o Brasil voltaria imediatamente a contar como parceiro”.
Para além do isolamento internacional, o cientista político lista outros pontos do legado tóxico de Bolsonaro frente ao Planalto. Segundo Stuenkel, o atual presidente estabeleceu uma cultura armamentista e debilitou…