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Falta de consenso sobre suas causas dificulta debate sobre como lidar com ela
Uma das tendências políticas mais marcantes ao longo da última década tem sido o crescimento da polarização em democracias mundo afora. Apesar da vasta literatura acadêmica recente sobre o tema, ainda não há consenso sobre o que causa a polarização nem qual é a melhor forma de mensurá-la. No debate público, o termo é usado muitas vezes de forma vaga: afinal, a polarização ideológica – que descreve uma diferença expressiva entre posições políticas dos principais partidos – é diferente da polarização afetiva, termo que descreve uma forte aversão a pessoas com outras convicções políticas. Da mesma forma, há países com forte polarização das elites políticas, enquanto outros têm eleitorado profundamente polarizado.
Não surpreende, portanto, a ausência de respostas sobre como lidar com o fenômeno, até mesmo porque algum grau de polarização é fundamental para o bom funcionamento da democracia: cidadãos devem poder escolher entre opções políticas claramente distintas na hora de escolher seus representantes. Sem discordâncias e rivalidades políticas, não há democracia. O foco, talvez, deva estar em saber como gerenciar essas discordâncias e garantir…