Mauro Vieira terá de articular nova estratégia do Brasil em meio a um cenário inóspito
A escolha de Lula por um nome técnico e experiente emite um sinal importante: mostra que a prioridade é colocar a política externa de volta ao trilho. Para isso, nomeou um diplomata que já ocupou cargos relevantes da carreira, tendo sido embaixador em Buenos Aires (2004 – 2010) e Washington (2010 – 2015) e representante permanente junto à ONU em Nova York (2016 – 2019). Vieira também foi chanceler do segundo governo Dilma (2015 – 2016), quando tentou equilibrar os pratos do Itamaraty em meio a cortes orçamentários e à falta de interesse da presidente pela pasta.
Quando as nuvens do impeachment começaram a se formar, ele atuou mais como servidor de Estado do que como político. Tentou blindar o ministério contra a crescente polarização e evitou dar grandes declarações públicas de apoio à presidente. Após a deposição de Dilma, fez questão de discursar na cerimônia de transmissão do cargo para José Serra, irritando a base petista, que..