Inclinação mais antiocidental do grupo BRICS requer recalibragem estratégica da política externa brasileira
A expansão do grupo BRICS, anunciada durante a 15ª cúpula dos líderes em Joanesburgo, dá início a um novo capítulo do bloco, que agora passará a incluir o Egito, a Etiópia, o Irã, a Arabia Saudita e os Emirados Árabes Unidos. A Argentina também foi convidada, mas sua adesão ainda está incerta: Javier Milei, primeiro colocado nas recentes primárias argentinas, promete diminuir os laços diplomáticos com a China, enquanto Patricia Bullrich, cuja coalizão obteve o segundo maior número de votos, deixou claro que se opõe à adesão do país ao grupo BRICS. Porém, é possível que qualquer um dos dois, uma vez eleito, adote uma postura mais pragmática para não antagonizar a China, o segundo maior parceiro comercial da Argentina.
O convite feito aos seis países representa uma vitória para a China, que há anos vem tentando ampliar o grupo, mas encontrava resistência por parte de Nova Deli e Brasília, que temiam uma perda de influência no bloco. Porém, diante do papel dominante de Pequim no grupo – a economia chinesa é maior do que as de todos os outros membros somadas – era uma questão de tempo até que Xi Jinping alcançasse seus objetivos. De certa forma, é natural que a China, país com ambições globais, queira construir instituições que possam formalizar seu status de superpotência, da mesma forma que as…
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