‘Apoio ferrenho’ dos EUA a Israel pode ter incentivado atuação desestabilizadora do governo Netanyahu
Joe Biden pode se orgulhar de uma série de êxitos da política externa dos EUA desde que se tornou presidente em janeiro de 2021. Contrastando seus antecessores Obama e Trump, o atual ocupante da Casa Branca teve a coragem de encerrar uma intervenção militar mal-sucedida no Afeganistão, que já arrastava por duas décadas. A OTAN, maior aliança do mundo liderada por Washington, está revigorada. Biden normalizou as relações dos EUA com seus principais aliados e voltou a ser um interlocutor crível no âmbito climático. Além disso, sob seu comando, os EUA pressionaram as Forças Armadas brasileiras a respeitarem o resultado das eleições presidenciais de 2022.
No Oriente Médio, porém, o legado de Biden até agora é negativo. Isso porque o presidente americano não tem tido êxito em resolver a tensão entre seus dois grandes objetivos na região: em primeiro lugar, dar proteção e “apoio ferrenho” a Israel e, em segundo, estabilizar o Oriente Médio para poder reduzir o engajamento americano e se concentrar na Ásia, região mais relevante do ponto de vista dos interesses dos EUA.
Há pouco mais de seis meses, o assessor de segurança nacional dos EUA celebrou, em artigo na revista Foreign Affairs, que o Oriente Médio estava “mais calmo do que em muitas décadas”. Washington estava em vias de finalizar…