Cúpula do BRICS na Rússia representa dilema estratégico para o Brasil (Estadão)

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Cresce no bloco a divergência entre a ala antiocidental e os países que preferem o não-alinhamento

https://www.estadao.com.br/internacional/oliver-stuenkel/cupula-do-brics-na-russia-representa-dilema-estrategico-para-o-brasil/

A décima-sexta cúpula do grupo BRICS na cidade russa de Kazan tem tudo para se tornar um triunfo diplomático para o presidente russo, Vladimir Putin, especialmente após a expansão do bloco em 2023, quando foram incluídos IrãEgitoEtiópia e Emirados Árabes Unidos (a Arábia Saudita também foi convidada, mas ainda não deu resposta).

O BRICS, que inicialmente contava com BrasilRússiaÍndia China, e com a África do Sul a partir de 2010, agora representa 35,6% do PIB global em paridade de poder de compra, superando os 30,3% do G7, e 45% da população mundial. Com mais de 40 países interessados em aderir ao BRICS, incluindo potências emergentes como a Indonésia, o bloco deverá seguir em expansão.

Putin provavelmente aproveitará a cúpula para destacar que, apesar das sanções ocidentais após a invasão à Ucrânia, a Rússia não está isolada. Pelo contrário, o país é agora um membro central de um grupo influente na definição do futuro da ordem global. Essa narrativa vai além das habilidades diplomáticas do Kremlin e reflete uma realidade mais ampla: com o declínio da influência global dos EUA, muitos países estão buscando alternativas para aumentar sua autonomia estratégica, e o BRICS emerge como uma plataforma atraente para essas….