estadao Featured Portuguese

Vitória de Trump seria celebrada em Moscou, Buenos Aires, Jerusalém, Budapeste, Riade e Pequim (Estadão)

https://www.estadao.com.br/internacional/oliver-stuenkel/vitoria-de-trump-seria-celebrada-em-moscou-buenos-aires-jerusalem-budapeste-riade-e-pequim

Apesar da retórica anti-China, Trump é muito menos comprometido com segurança de antigos aliados dos EUA, como Europa, Japão, Coreia do Sul e Taiwan

Uma vitória de Kamala Harris nas eleições presidenciais americanas em 5 de novembro representa, de modo geral, a continuação da atual política externa americana – e, portanto, poucas mudanças tanto para os aliados quanto para os desafetos dos EUA no âmbito internacional. Um triunfo de Donald Trump, por outro lado, traria profundas mudanças geopolíticas, com consequências diretas para governos mundo afora. Lideranças em Moscou, Buenos Aires, Jerusalém, Budapeste, Riade e Pequim celebrariam o retorno do republicano à Casa Branca.

Na Rússia, a vitória de Trump significaria, por motivos óbvios, um alívio. Desde o início da guerra na Ucrânia, o governo de Joe Biden mantém política de forte apoio a Kiev, fornecendo recursos financeiros e militares significativos. Trump, por sua vez, tem criticado abertamente esse apoio, questionando os gastos e minimizando a importância da aliança dos Estados Unidos com a Europa para enfrentar a agressão russa. Uma vez no poder, é provável que ele restrinja o suporte dos EUA à Ucrânia, o que beneficiaria diretamente Vladimir Putin e permitiria à Rússia reverter os atuais desafios militares e recuperar sua influência na região.

Em Buenos Aires, um retorno de Trump provavelmente reduziria a influência de vozes mais moderadas e daria mais peso à ala ideológica do governo Milei. A recente saída da chanceler Diana Mondino e promessas de uma caça às bruxas no Ministério das Relações Exteriores podem ser interpretadas como uma aposta do presidente argentino na vitória de Trump. O governo Bolsonaro pode ser uma referência: com Trump na Casa Branca, sentiu-se à vontade para colocar um representante da ala mais radical de seu governo à frente do Itamaraty, mas o substituiu quando Biden….

Ler artigo na íntegra

SOBRE

Oliver Stuenkel

Oliver Della Costa Stuenkel é analista político, autor, palestrante e professor na Escola de Relações Internacionais da Fundação Getúlio Vargas (FGV) em São Paulo. Ele também é pesquisador no Carnegie Endowment em Washington DC e no Instituto de Política Pública Global (GPPi) ​​em Berlim, e colunista do Estadão e da revista Americas Quarterly. Sua pesquisa concentra-se na geopolítica, nas potências emergentes, na política latino-americana e no papel do Brasil no mundo. Ele é o autor de vários livros sobre política internacional, como The BRICS and the Future of Global Order (Lexington) e Post-Western World: How emerging powers are remaking world order (Polity). Ele atualmente escreve um livro sobre a competição tecnológica entre a China e os Estados Unidos.

LIVRO: O MUNDO PÓS-OCIDENTAL

O Mundo Pós-Ocidental
Agora disponível na Amazon e na Zahar.

COLUNAS