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A Europa tem uma oportunidade histórica para moldar seu próprio destino

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O continente será capaz de assumir o protagonismo e se tornar um ator geopolítico autônomo, ou continuará preso à inércia e dependente de um aliado cada vez mais imprevisível?

A Europa se encontra diante de um momento de definição histórica. A decisão de Donald Trump de suspender a ajuda militar à Ucrânia, interromper o compartilhamento de inteligência com Kyiv e buscar um acordo direto com Vladimir Putin, sem consultar seus aliados europeus, deixou claro que os Estados Unidos já não são um parceiro confiável para a segurança do continente. A pergunta que se impõe agora é se a Europa será capaz de assumir o protagonismo e se tornar um ator geopolítico autônomo – ou se continuará presa à inércia, dividida internamente e dependente de um aliado cada vez mais imprevisível.

Há muitas razões para acreditar que o continente pode falhar. A economia europeia está estagnada e tecnologicamente atrasada, sobretudo nas duas áreas decisivas: chips e inteligência artificial. A dificuldade de coordenação política na União Europeia, as dificuldades em harmonizar políticas de defesa entre mais de 25 países, os anos de subfinanciamento das Forças Armadas e a burocracia lenta de Bruxelas são obstáculos significativos. Além disso, a dependência da proteção americana criou uma cultura de complacência, na qual os investimentos em defesa foram sistematicamente adiados em favor de outras prioridades. Para mudar esse cenário, a Europa precisará não apenas gastar mais em defesa, como também integrar seus sistemas militares

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SOBRE

Oliver Stuenkel

Oliver Della Costa Stuenkel é analista político, autor, palestrante e professor na Escola de Relações Internacionais da Fundação Getúlio Vargas (FGV) em São Paulo. Ele também é pesquisador no Carnegie Endowment em Washington DC e no Instituto de Política Pública Global (GPPi) ​​em Berlim, e colunista do Estadão e da revista Americas Quarterly. Sua pesquisa concentra-se na geopolítica, nas potências emergentes, na política latino-americana e no papel do Brasil no mundo. Ele é o autor de vários livros sobre política internacional, como The BRICS and the Future of Global Order (Lexington) e Post-Western World: How emerging powers are remaking world order (Polity). Ele atualmente escreve um livro sobre a competição tecnológica entre a China e os Estados Unidos.

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