Combate à criminalidade no país centro-americano tornou-se popular entre políticos de direita para mobilizar suas bases, mas não passa de retórica de campanha.
O presidente de El Salvador, Nayib Bukele, virou ídolo de parte da direita nos EUA e na América Latina. Dentro de seu país, pesquisas sugerem que Bukele tem mais de 80% de aprovação e no TikTok ele tem quase 11 milhões de seguidores – mais do que a própria população de El Salvador.
Desde que assumiu o poder em 2019, Bukele reduziu drasticamente os homicídios e transformou um dos países mais violentos da América Latina em um dos mais seguros. Não faltam figuras políticas conservadoras na América Latina e nos EUA elogiando Bukele, seja o comentarista americano Tucker Carlson, seja o prefeito de Lima Rafael López Aliaga, seja o governador mineiro Romeu Zema, que recentemente visitou San Salvador para ver “qual é a receita que funcionou tão bem”.
Mas na prática, a maioria só menciona o “modelo Bukele” para ganhar pontos com o eleitorado, sem de fato querer ou poder adotar as medidas. Há cinco motivos pelo quais, contrariamente ao que preveem alguns analistas, o país centro-americano oferece poucas lições concretas para outras sociedades que gostariam de combater o crime organizado e reduzir a violência.